Separando a verdade da ficção: Conheça os boatos e as lendas urbanas

05 JUN 2025

A desinformação sempre esteve presente em nossa sociedade, mas com a Internet e as redes sociais, ficou ainda mais difícil distinguir a ficção da realidade – especialmente para as crianças. Quais tipos diferentes de desinformação você e seus filhos podem encontrar online? 

Boatos, lendas urbanas e farsas – o que são? 

Boatos, farsas e lendas urbanas são todos os tipos de desinformação, mas se diferem entre si em suas origens e características, assim como nas intenções de quem os espalha. 

No passado recente, os boatos e as lendas urbanas eram geralmente espalhados de boca em boca, mas hoje em dia não é incomum que apareçam online. Eles podem não ter sido criados com intenção maliciosa, mas sempre carecem de fontes confiáveis, o que torna sua veracidade difícil – se não impossível – de verificar. As farsas, por outro lado, são narrativas falsas criadas tipicamente para enganar pessoas específicas ou qualquer pessoa aleatória. Depois de colocadas na Internet, tendem a se espalhar organicamente por pessoas que acreditam que elas são verdadeiras. 

6 casos famosos de desinformação: De baleias azuis a doces de Halloween envenenados 

A desinformação pode assumir muitas formas. Às vezes, as pessoas apenas querem acreditar que há algo mágico no mundo, então espalham lendas urbanas sobre sereias ou gigantes. Mas outras farsas ou lendas urbanas podem ter um impacto sério sobre as pessoas. Vamos dar uma olhada em alguns casos famosos de desinformação que teve como alvo pais e crianças – alguns dos quais você talvez já tenha encontrado. 

O Desafio da Baleia Azul 

O Desafio da Baleia Azul surgiu na Rússia em 2016. Supostamente, tratava-se de um jogo online voltado para adolescentes, composto por uma série de 50 tarefas. Para concluir a tarefa final, os jogadores eram incentivados a cometer suicídio. As notícias sobre o jogo se espalharam por vários canais, incluindo redes sociais, aplicativos de mensagens e fóruns online. Isso acabou gerando pânico entre pais e autoridades ao redor do mundo. Era, sem dúvida, profundamente perturbador imaginar que um jogo sinistro online pudesse estar direcionado a adolescentes vulneráveis e os encorajando a se auto lesionar. 

No entanto, não há evidências de que esse jogo realmente tenha existido. Ao que tudo indica, pais e figuras da mídia conectaram várias informações soltas e acabaram criando um grande caso de desinformação. Por exemplo, em alguns fóruns online, a baleia azul se tornou um símbolo de suicídio, possivelmente apenas por causa da solidão e serenidade associadas a esses gigantes do mar. Eventualmente, os relatos de suicídios ligados ao jogo foram desmentidos, e descobriu-se que Philipp Budeikin, que confessou ter criado o jogo, provavelmente fez isso apenas para promover sua banda e ganhar visibilidade. Embora o Desafio da Baleia Azul tenha se revelado uma farsa, outros desafios enganosos online podem causar danos reais, como o desafio do Paracetamol, o desafio da canela e o desafio das cápsulas de detergente (Tide Pods). 

O Desafio da Momo 

O Desafio da Momo ganhou grande repercussão em 2018. Segundo a mídia, ele envolvia o uso de uma imagem assustadora de uma mulher com olhos esbugalhados e corpo semelhante ao de um pássaro para amedrontar e intimidar crianças a se machucarem ou machucar outras pessoas. Também se acreditava que o rosto assustador da Momo aparecia em vídeos do YouTube voltados para o público infantil. No entanto, apesar da atenção generalizada e pânico em torno do Desafio da Momo, ele acabou sendo revelado como uma farsa. 

A Momo, na verdade, é uma escultura criada por um artista japonês, que nunca teve a intenção de estar ligada a esse infame caso de desinformação. Nunca foi confirmado que o rosto da Momo tenha aparecido em vídeos direcionados a crianças, e embora haja a possibilidade de que algumas crianças tenham recebido mensagens com a imagem da mulher assustadora, isso pode ter ocorrido justamente por causa do pânico gerado pela cobertura midiática do caso. 

A Farsa dos Palhaços Assassinos 

O medo de palhaços violentos se espalhou rapidamente pelos Estados Unidos em 2016. Redes sociais e meios de comunicação divulgaram informações sobre o suposto perigo de pessoas fantasiadas com roupas assustadoras de palhaço aparecendo em locais públicos, muitas vezes portando armas e agindo de forma ameaçadora. Essas aparições assustadoras rapidamente geraram pânico generalizado entre o público. 

No entanto, embora pessoas fantasiadas de palhaço tenham, de fato, recebido ampla atenção da mídia, na maioria dos casos não houve violência real, e os indivíduos envolvidos eram, com frequência, adolescentes ou jovens adultos em busca de atenção ou de viralização nas redes sociais. Ainda assim, foram feitas algumas apreensões relacionadas com essa farsa, e muitas pessoas ficaram ansiosas e assustadas. 

Doces perigosos no Halloween 

O medo de que doces estivessem sendo contaminados com drogas, veneno ou lâminas de barbear e distribuídos para crianças no Halloween existe há décadas. No entanto, embora tenham ocorrido alguns incidentes isolados relacionados aos doces de Halloween ao longo dos anos, a grande maioria dos relatos foram comprovados como farsas. 

Há pouca ou nenhuma evidência que sustente esse medo, mas muitos pais continuam receosos com os doces que seus filhos recebem durante o “doces ou travessuras”. Algumas cidades até oferecem exames de raio-X nos doces das crianças para garantir que estejam seguros para o consumo. Ainda assim, é importante lembrar que o medo dos doces envenenados é, em grande parte, uma farsa recorrente. Na verdade, lendas urbanas e boatos sobre crianças e alimentos potencialmente perigosos são bastante comuns. Por exemplo, uma lenda urbana afirma que as pontas das bananas podem conter veneno de cobra e, em 2008, um homem causou pânico ao confessar falsamente ter envenenado fórmulas infantis. 

Lâminas de barbear em parques aquáticos 

Outra lenda urbana comum afirma que lâminas de barbear foram encontradas dentro ou ao redor de atrações em parques aquáticos, como toboáguas e piscinas de ondas. No entanto, há poucas evidências que sustentem essas alegações, que provavelmente são resultado de um pânico sem fundamento. 

Os pais devem lembrar que a maioria dos parques aquáticos possui protocolos rigorosos para garantir que suas atrações sejam seguras. Se você seguir as regras e orientações fornecidas pelos parques, não há motivo para se preocupar com esse tipo de perigo. 

Crianças gravemente doentes precisam da sua ajuda 

Ao longo dos anos, surgiram inúmeras farsas envolvendo crianças doentes que supostamente precisavam de ajuda financeira. Um caso notório é a farsa de Amy Bruce, que envolvia uma criança (inexistente) com uma doença terminal, que receberia uma pequena quantia de dinheiro cada vez que sua história fosse compartilhada na Internet ou sempre que um poema, supostamente escrito por ela, fosse encaminhado para um novo usuário. Da mesma forma, houve muitas postagens nas redes sociais sobre uma criança queimada chamada Alexandra, mas depois descobriu-se que as fotos usadas na história vinham de fontes online, e a própria Alexandra nunca existiu. 

Com frequência, essas farsas envolvendo crianças doentes nem sequer pedem dinheiro, só buscam atenção. Mesmo assim, exploram as emoções e a empatia de pessoas sensíveis e, com o tempo, fazem com que as pessoas percam a confiança em todos, até mesmo naqueles que realmente precisam de ajuda. 

Existem muitos outros boatos, farsas e lendas urbanas na Internet que poderiam ser listados aqui. No entanto, mais importante do que conhecer os detalhes de cada caso de desinformação é adotar uma postura crítica diante do que se vê online. Aprenda a distinguir entre ficção e realidade — e ensine seus filhos a fazerem o mesmo. 

Fonte: SaferKidsOnline.com by ESET

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