Aliciamento on-line: como reagir

11 AGO 2023

O que você imagina quando vê uma mensagem de aliciamento on-line? Será que as crianças saberão reconhecê-lo? Como devem reagir? Aprenda algumas das técnicas mais comuns utilizadas por aliciadores de crianças na e discuta os sinais de alerta e as reações apropriadas com seus filhos.



1ª MENSAGEM

Ei, você! Você é tão linda! Como você está? Entediada? Eu também! Poderia me mandar algumas fotos suas? Quer falar sobre meninos? Já beijou alguém?”

O que há de suspeito aqui?

- Elogio imediato à criança;

- Solicitação de detalhes inapropriados;

- Pedido por fotos.



Como as crianças devem reagir?

É comum os aliciadores usarem elogios para fazer a criança se sentir especial e valorizada. Isso não quer dizer que todos os elogios sejam uma forma de manipulação, mas seus filhos devem ter cautela se os elogios começarem imediatamente e se tornarem muito frequentes.

Quando se trata de temas polêmicos, as crianças precisam saber que é natural ficar com um pé atrás, mas entrar nesse tipo de conversa com estranhos quase sempre leva a cenários arriscados ou desconfortáveis. Incentive seus filhos a terem precaução no mundo on-line, a tirar screenshots se receberem mensagens inapropriadas e a encerrar qualquer conversa que apresente qualquer desconforto.

Vale lembrar que é sempre arriscado enviar fotos para estranhos. Assim que a criança envia uma foto de si mesma, deixa de ter controle sobre a situação. Esses aliciadores podem usar as informações ou fotos confidenciais para pressionar a criança a enviar mais fotos e ameaçar compartilhar os arquivos on-line ou com os pais. Incentive seus filhos a não permitirem chantagens que, muitas vezes, forçam-nos a tomar mais decisões erradas. Ensine-os a encerrar a conversa e a procurar você sempre que tiverem problemas. Busque manter um canal aberto e evite julgamentos fortes para que seus filhos sintam que sempre podem falar com você – mesmo que tenham cometido um erro.



Experimente a redução de danos

Em vez de simplesmente proibir seus filhos de fazer algo – e arriscar que eles o façam de qualquer maneira sem nunca lhe contar – tente adotar uma abordagem de redução de danos. Como funciona?

Reduzir danos significa encorajar seus filhos a evitar caminhos mais arriscados. Permita que seus filhos saibam que existem três níveis de segurança ao enviar fotos. É muito mais arriscado enviar uma foto que mostre o rosto e marcas de identificação do que uma foto anônima, sem o rosto ou outros indicadores de sua identidade. Se escolherem a segunda opção, o potencial aliciador não terá nenhum recurso para chantagear seus filhos. Mas, no final, a opção mais segura é sempre não enviar nenhuma foto.



2ª MENSAGEM

“Oi, já voltou da escola? Eu odeio a escola. Ficar em casa é melhor! Tem alguém aí com você? Sua mãe está trabalhando até tarde de novo? Então… temos apenas alguns minutos para conversar? Vamos aproveitar ao máximo.”

O que há de suspeito aqui?

- Mapeamento de território;

- Entendimento da situação familiar;

- Confirmação de que eles (os predadores) permaneçam indetectados.



Como as crianças devem reagir?

Em primeiro lugar, as crianças devem saber que nem todo mundo que tenta se colocar na mesma situação que os outros – como, por exemplo, ao dizer “Eu também odeio a escola!” – é confiável. Os aliciadores podem usar uma técnica de espelhamento  e simpatia como uma forma de abrir a porta para um diálogo e entrar na ideia de semelhanças com seus filhos sem provocar suspeitas. 

Outro sinal de alerta é quando um estranho pergunta demais sobre a situação familiar da criança. Diga a seus filhos que não há problema em compartilhar algumas informações, mas entrar em muitos detalhes pode causar problemas. Tente usar exemplos da vida real ao explicar os riscos. No passado, por exemplo, houve casos em que as pessoas abusaram das redes sociais para mapear a situação de diferentes domicílios para, depois, roubá-los. Mas, geralmente, o predador mapeia a situação para continuar conversando com a criança sem ser pego. Quando a criança responde “Meus pais estão em casa”, qual é a reação do suposto amigo? Se a outra pessoa terminar a conversa repentinamente e desaparecer, a criança deve interpretar isso como um sinal vermelho para encerrar a amizade.



3ª MENSAGEM

 “Gosto muito de conversar com você! Tem certeza de que você tem apenas 12 anos? Você nem parece ter a sua idade! Ei, vamos guardar nosso segredinho! Muito legal, né?”

 O que há de suspeito aqui?

- Foco na maturidade da criança;

- Isolamento da criança de seus pais;

- Sentimento de que a criança é “especial”;

- Encorajamento da criança a guardar segredos.



Como as crianças devem reagir?

Ressaltar que uma criança é “madura” costuma ser o primeiro passo para levantar questões e tópicos maduros. Embora as crianças possam encarar o comentário como um grande elogio, devem saber que não precisam se sentir pressionadas a discutir tópicos desconfortáveis, especialmente se o suposto amigo insinuar que elas não pareceriam tão “maduras” caso se recusassem a continuar com a conversa.

Incentivar uma criança a manter uma conversa em segredo é outro sinal vermelho urgente, mas os segredos costumam ser uma forma de testar ou fortalecer as amizades na visão das crianças, portanto talvez não enxerguem o pedido como um sinal de alerta. Embora possa ser legal manter um pequeno segredo – como, por exemplo, que um amigo tem uma queda por alguém – por que alguém pediria que mantivessem a amizade em si em segredo? Seus filhos precisam saber que não deve haver necessidade de esconder um relacionamento, a menos que haja intenções maliciosas ocultas. Trabalhe duro para manter uma comunicação saudável e aberta com seus filhos, para reduzir a probabilidade de guardarem segredos de você e não caírem em tentativas de isolamento por parte de outros.



4ª MENSAGEM

“Seus pais fizeram isso de novo? Sinto muito! Não se preocupe com sua mãe, ela é estúpida assim mesmo. Pelo menos podemos falar um com o outro. Eu sempre estarei aqui para você."

O que há de suspeito aqui?

- Tentar fazer com que a criança sinta que ele (o predador) é a única pessoa que realmente a entende;

- Usar o conflito em casa para isolar a criança de seus pais ou de outras pessoas confiáveis na vida delas.



Como as crianças devem reagir?

Mostre aos seus filhos como um relacionamento saudável funciona – de preferência mantendo um relacionamento saudável com eles e os incentivando a construir amizades com seus colegas. Quando as crianças têm amigos confiáveis e uma família compreensiva, incluindo pai, mãe e irmãos, mas também avós, tios, tias e primos, é menos provável que um aliciador induza um isolamento de qualquer pessoa que possa ajudar em caso de necessidade. Além disso, deixe sempre claro que, apesar dos conflitos ocasionais – que acontecem em quase todas as famílias e até mesmo em todas as amizades – você os ama e eles podem confiar em você.



5ª MENSAGEM

 “Quer tomar sorvete? Posso buscar você na escola, se me disser onde fica. Vamos lá, você já tem idade para tomar suas próprias decisões."

 O que há de suspeito aqui?

- Tentativa de coletar informações confidenciais sobre o paradeiro da criança;

- Encorajamento da criança a agir como se fosse mais velha do que realmente é;

- Marcar um encontro secreto sem o conhecimento dos pais.



Como as crianças devem reagir?

Converse com seus filhos sobre dados privados, semiprivados e públicos. Quando se trata do nome da escola, essas informações devem ser compartilhadas apenas com pessoas em quem confiam totalmente.

E quanto ao encontro? É altamente provável que o aliciador tente encontrar a criança sozinha. Eles podem até tentar fazer com que pareça um desafio que deve ser completado para mostrar bravura ou autonomia. Caso seus filhos realmente desejem conhecer a pessoa com quem tem uma amizade on-line, é necessário que você saiba sobre o encontro e que eles estejam com uma pessoa de confiança na ocasião. Pode ser um amigo, um irmão ou um dos responsáveis, dependendo da idade. Nunca devem ir a lugares que não conhecem ou locais que tendem a estar vazios. Finalmente, lembre-os de que não há nada de errado em ter limites – e que, se eles se sentirem pressionados a fazer alguma coisa, sempre podem pedir sua ajuda.



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