Se está on-line, deve ser verdade! Será mesmo?
09 FEV 2024
A internet é um ambiente virtual enorme, tornando muito fácil se perder por lá, especialmente para crianças. Na era de notícias falsas, postagens e compartilhamentos constantes e, inclusive, ChatGPT e outras ferramentas de IA – nem sempre sabemos a melhor maneira de navegar nesse ambiente! A educação digital é um desafio para crianças e, também, para os adultos. Porém, é um pouco mais fácil para os adultos, o que significa que é nossa responsabilidade ensinar às crianças como podemos confirmar a veracidade das informações disponíveis on-line e, assim, criar um ciberespaço mais seguro.
Sabemos que praticamente qualquer pessoa pode criar conteúdos e os divulgar on-line, tornando-se crucial verificar tudo o que vemos e lemos. Até mesmo fotos e vídeos precisam de validação. Recentemente, muitas pessoas acreditaram em uma notícia falsa que estava circulando a respeito de um terremoto que, supostamente, ocorrera em 2001. Mas todas as “provas” foram geradas por IA. As fotos falsificadas pareciam tão reais que muitos chegaram a acreditar nelas – o que não é uma surpresa, em um primeiro momento, acreditar no que se vê na internet. E não somos os únicos a nos enganar: algumas autoridades também se confundem, ainda mais quando estão sob pressão. Essas notícias falsas, pegadinhas e informações enganosas se espalham para além do nosso controle. Isso porque chamam atenção, são sensacionalistas e cheios de caça-cliques. Os usuários as compartilham sem realizar uma validação antes. E como é que podemos verificar informações on-line? E de que forma podemos ensinar as crianças a fazerem o mesmo?
Incentive as crianças a duvidarem do que veem
Manter-se em “alerta” é o primeiro passo para educar os pequenos a respeito de uma navegação segura no labirinto on-line que é a internet. Ainda que seja importante saber identificar se uma notícia é falsa ou verídica, quando as crianças têm a capacidade de questionar o que veem, ganham uma camada a mais de segurança em sua educação digital. Por isso, não apenas diga quando algo é falso, mas dê às crianças uma chance de descobrirem por conta própria.
Ensine-as:
1. Que notícias falsas existem – talvez nem estejam cientes de que circulam na web. Mostre exemplos, como o mencionado acima. Explique por que alguém postaria algo inventado ou modificado.
2. Que os primeiros resultados mostrados no Google nem sempre são confiáveis. Ferramentas de busca não necessariamente listam as páginas por ordem de confiabilidade.
3. A ler mais do que apenas o título – muitas vezes, o título é enganoso, mesmo que o artigo ou o vídeo da notícia sejam reais. Ou seja: não leia apenas o título, como também o artigo inteiro.
4. A validar fatos – mostre como confirmar fontes e as apresente a sites de verificação de informações, como o Snopes.com.
5. A analisar a URL – será que reconhecem o nome do site? Como é a parte final da URL? Tenha sempre um pé atrás – alguns sites tentam se passar por fontes legítimas (ainda mais o que terminam em .co).
6. Que devem se perguntar: Quem escreveu isso? Para quem foi escrito? O conteúdo é pago? Inclui links? Como me sinto após interagir com o conteúdo? Há erros de digitação ou gramática no texto?
7. Que devem conferir diversas fontes para verificar o que é falso e o que é legítimo. Procure confirmar as fontes adicionais em sites confiáveis também.
Converse com as crianças!
Claro que é importante incentivar as crianças a terem hábitos saudáveis no mundo digital. Mas é ainda mais importante criar o hábito de questionar o que consomem. Não somos apenas consumidores de conteúdo. Também somos criadores de conteúdo. Podemos escolher compartilhar ou não algo. Explique às crianças sobre os perigos em potencial de postar conteúdos prejudiciais ou imprecisos no ambiente virtual, especialmente nas redes sociais.
Gamifique a questão das informações enganosas, pegadinhas e notícias falsas. Assistam a documentários sobre como artigos repletos de notícias falsas são compartilhados e por que são tão populares.
Fonte: SaferKidsOnline