Que tipo de interação as crianças cultivam diariamente nas redes sociais?

10 JUL 2024

Atualmente, as crianças passam boa parte do tempo consumindo conteúdos on-line, que impactam enormemente sua vida cotidiana. É possível que o conteúdo que elas veem e ouvem na internet pareça tão atraente que desperte a vontade de participar, inclusive no lado da criação de conteúdos. Como veremos neste artigo, isso não é necessariamente ruim, mas o diálogo e o monitoramento são essenciais para criar experiências digitais seguras. Segundo o Relatório de Índice de Bem-estar das Crianças em um Mundo Digital 2024, publicado pela Internet Matters, 63% dos responsáveis acreditam que o tempo gasto on-line é prejudicial à saúde das crianças. Aqui, buscamos abordar os aspectos positivos e negativos das redes sociais na vida dos pequenos. 

Tendências, tendências por todos os lados!

Sabemos que as tendências são uma parte significativa das redes sociais. Elas influenciam o conteúdo compartilhado e, consequentemente, a forma pela qual algumas pessoas se entendem e conduzem sua vida. As tendências são frequentemente impulsionadas por influenciadores, porém, a era dos megainfluenciadores parece estar chegando ao fim, e muitas marcas já preferem trabalhar com públicos mais segmentados. É nesse contexto que os microinfluenciadores têm ganhado destaque.

A ascensão de microinfluenciadores
Ao contrário dos influenciadores mais conhecidos, os microinfluenciadores se concentram em um público mais nichado e criam conexões a partir de temas específicos. Pode ser, por exemplo, um subgênero literário, uma tendência específica da moda ou receitas para dietas à base de proteína. Seja qual for o tema, por terem um público menor, esses influenciadores atingem um nível muito maior de persuasão, já que existe um interesse comum. O público, especialmente o mais jovem, pode sentir até que cultiva uma amizade com as personalidades favoritas das redes sociais e, assim, cria-se uma maior propensão de seguir suas dicas. Esse comportamento não é necessariamente negativo: os influenciadores podem promover um estilo de vida saudável ou a positividade corporal. Algumas modelos do Instagram, por exemplo, agora postam suas fotos sem filtros ou maquiagem para mostrar a seus seguidores como realmente são, com acne e outras imperfeições. No entanto, ao criar seu conteúdo, talvez tenham em mente um público diferente. Por exemplo, influenciadores de beleza com cerca de 30 anos que estejam promovendo produtos antienvelhecimento podem influenciar criança que assistem esses conteúdos a acharem que também precisam dos mesmos produtos. Saiba mais sobre esses casos aqui:

TENDÊNCIA SEPHORA

Os conteúdos direcionados a públicos específicos podem fornecer informações interessantes às crianças, apresentando-as a novas comunidades que compartilham de seus interesses.  Porém, a atenção sobre o tipo de conteúdo que a criança está assistindo é fundamental. É comum que mesmo meninas muito jovens encontrem conteúdo de beleza em suas contas no TikTok e Instagram. Nesses vídeos, influenciadores de beleza costumam promover produtos caros, muitas vezes em parceria com grandes lojas, a exemplo da Sephora. Como consequência, seu filho ou filha pode pedir produtos inadequados para sua respectiva faixa etária (por exemplo, produtos à base de retinol) e que podem até danificar sua pele, caso sejam usados incorretamente. Explique esses riscos às crianças e explique que terão bastante tempo até que qualquer produto antienvelhecimento possa ser considerado. Também é importante mencionar que muitos influenciadores promovem esses produtos por meio de parcerias pagas, ou seja: nem sempre os vídeos refletem suas opiniões verdadeiras e devem ser vistos com o mesmo ceticismo que outros anúncios. Considere também o uso do ESET Home Security Premium, que inclui controle parental para os smartphones das crianças, permitindo monitorar todo o conteúdo acessado.

Há também diversos perfis dedicados à saúde mental e ao bem-estar em geral. Alguns influenciadores falam abertamente sobre sua saúde mental e abordam publicamente temas como TDAH, depressão, entre outros. Além de compartilharem dicas sobre como enfrentar situações desafiadoras, permitem que seu público acompanhe o dia a dia e mostram como podem ser gratificantes, mesmo com as adversidades.

Assista a um vídeo curto sobre influenciadores e crianças!

Uau! Que interessante... quero experimentar!

Todos já passamos por uma situação assim, e nossas crianças também, quando vemos uma tendência ou algo interessante nas redes sociais e sentimos o desejo de fazer parte. Uma grande razão para as tendências se tornarem tão populares é o medo que as pessoas sentem de ficar “de fora”, também conhecido como FOMO (fear of missing out). Não é um fenômeno novo – foi identificado pela primeira vez em 1996, pelo estrategista de marketing Dr. Dan Herman, bem antes do surgimento e popularidade das redes sociais e influenciadores. 

Caso acompanhem diferentes influenciadores e marcas, certamente você e sua criança já tiveram esse sentimento. Ao ver um(a) influenciador(a) local recomendando uma cafeteria, nosso ímpeto é de ir conhecê-la. Uma criança que vê seus colegas e influenciadores usando uma faixa de cabelo para segurar o cabelo enquanto se maquia, passa a querer uma também.

O papel dos responsáveis

É fundamental reforçar que devemos sempre dialogar com as crianças. É nosso papel explicar o funcionamento dos influenciadores de redes sociais fazem e como a influência nos impacta. As crianças precisam saber como o marketing funciona e que essas pessoas ganham dinheiro quando seguimos tendências e clicamos em seus links de patrocínio. É importante falar sobre isso desde cedo, para que cresçam como adultos mais responsáveis, compreendendo o funcionamento das redes sociais e sabendo que nem tudo o que veem on-line é, de fato, necessário em suas vidas.

Divirta-se, com segurança!

Como já mencionamos algumas vezes, o mundo digital, assim como a realidade fora das redes, oferece-nos múltiplas oportunidades e pessoas com as quais podemos aprender e desenvolver nossas próprias habilidades. A comunicação é essencial, mas também é importante explicar as limitações do mundo on-line. Existem perigos com os quais uma criança pode se deparar, como o cyberbullying, roubo de identidade e outros possíveis problemas que abordamos em outros artigos.

Devemos educar nossas crianças sobre os lados positivos e negativos. Para isso, precisamos nos informar para podermos informá-las, reforçando que devem ficar atentas e conversar com pais e responsáveis sobre qualquer questão que possa surgir. Criar uma atmosfera de compreensão é fundamental para construir o vínculo de confiança tão necessário com os pequenos. Certifique-se de que a criança entenda que seu principal propósito é auxiliar e orientar, e não julgar ou “arruinar” a sua vida.

Ajude a criar um mundo on-line mais seguro para as crianças.

Autora: Alžbeta Kovaľová

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