
Reduzindo o FOMO do seu filho: Estratégias eficazes para os pais
12 MAI 2025
Superar o medo de estar perdendo algo (FOMO) não significa evitar a tecnologia.
Você já percebeu seu filho ficando subitamente quieto depois de rolar o feed no celular? Ou talvez que ele fique chateado com atividades ou eventos que os amigos compartilharam online e dos quais ele não participou? Mesmo que seu filho não tenha expressado esses sentimentos diretamente, é possível que esteja experimentando o chamado FOMO — o medo de estar perdendo algo. É uma ansiedade sutil, mas poderosa, que muitas crianças enfrentam na era digital. A boa notícia? Com estratégias simples e práticas, você pode ajudar seu filho a construir autoconfiança, resgatar a alegria e desenvolver uma relação mais saudável com o mundo online. Veja como começar.
Antes de mergulharmos nas estratégias específicas para apoiar seu filho, vamos entender melhor essa questão. FOMO descreve o sentimento ansioso que crianças — e até mesmo adultos — experimentam ao acreditar que outras pessoas estão vivendo experiências emocionantes sem elas. Esse medo é frequentemente intensificado pelas redes sociais, onde todos parecem ter vidas emocionantes, cheias de eventos e praticamente perfeitas. As crianças podem ter dificuldade em lidar com as emoções provocadas pelo conteúdo selecionado que veem online, o que pode levar a sentimentos de inadequação, exclusão ou ansiedade.
Você sabia?
FOMO não se limita às redes sociais ou a crianças mais velhas — até bebês e crianças pequenas podem senti-lo. Conhecido por "FOMO infantil", ele descreve a ansiedade que surge quando percebem que estão perdendo algo interessante ao seu redor, levando a crises emocionais em momentos como a hora de dormir. É claro que estratégias como rituais relaxantes ajudam nessa fase, mas, para crianças mais velhas expostas às redes sociais, são necessárias abordagens específicas.
Como ajudar seu filho a superar o FOMO: 6 dicas práticas para os pais
1. Transforme as redes sociais em um espaço positivo.
Muitos pais acreditam que a melhor solução é remover completamente o acesso às redes, mas isso dificilmente é realista. Em vez disso, incentive seu filho a transformar o ambiente digital em um espaço positivo. Converse regularmente sobre os perfis e os conteúdos que ele consome. Se certas contas provocarem sentimentos ruins como inveja, inadequação e isolamento, encoraje seu filho a parar de seguir ou silenciar essas contas – e tenha certeza de que ele sabe como fazer isso.
Tente isso juntos: agende uma sessão mensal de "limpeza" das redes sociais. Juntos, revisem as contas que seu filho segue, discutindo como elas afetam seu humor. Durante essas sessões, tentem substituir quaisquer influências negativas, por contas que inspirem criatividade, positividade e interesses genuínos.
2. Desafie a ilusão online de perfeição
As redes sociais frequentemente mostram uma realidade distorcida – momentos fragmentados em vez de uma imagem completa. Crianças, e até adultos, podem facilmente esquecer que esses momentos não representam com precisão a vida cotidiana. Lembre seu filho regularmente de que todos passam por altos e baixos, embora nem sempre compartilhem os momentos difíceis.
Tente isso juntos: Realize um desafio chamado "Retrato da Vida Real". Durante uma semana, documentem os eventos diários comuns com seu filho por meio de fotos espontâneas. Ao final da semana, comparem esses momentos cotidianos com as imagens polidas tipicamente postadas online. Discutam as diferenças abertamente, enfatizando que tanto os momentos comuns quanto os imperfeitos têm valor e significado.
3. Fomente gratidão e consciência emocional
O FOMO muitas vezes surge quando as crianças ignoram os aspectos positivos de suas próprias vidas. Incentivar a gratidão ajuda a redirecionar o foco delas para a realidade, valorizando o que já possuem em vez de desejar o que os outros parecem ter online.
Tente isso juntos: Estabeleça um ritual diário de gratidão, onde cada membro da família compartilha algo pelo qual foi grato naquele dia. Além disso, considere uma atividade de registros diários onde as crianças escrevam não apenas os momentos felizes, mas também reconheçam os sentimentos difíceis. Encoraje seus filhos a discutirem essas emoções abertamente e ajude-os a lidar com esses sentimentos de forma construtiva.
4. Construa a confiança do seu filho por meio de experiências significativas
Crianças que têm baixa autoestima podem ser especialmente suscetíveis ao FOMO, especialmente quando veem constantemente amigos participando de atividades aparentemente empolgantes online. Fortalecer a autoestima delas pode ajudar a gerenciar essas emoções de forma mais eficaz. Incentive seu filho a explorar e se dedicar a hobbies ou interesses que realmente façam sentido para ele, seja esportes, arte, voluntariado ou participação em clubes comunitários. Quando as crianças se envolvem em atividades que realmente apreciam, isso aumenta sua autoconfiança e reduz a dependência da validação externa nas redes sociais.
Tente isso juntos: Após cada atividade, peça para seu filho citar três coisas que ele gostou na experiência – focando nos sentimentos e nas vivências, e não nos resultados ou conquistas. Reforce que participar e se divertir é mais importante do que ser perfeito ou se comparar aos outros.
5. Incentive o engajamento digital ativo
Em vez de apenas rolar o feed de forma passiva, incentive seu filho a se tornar um usuário ativo e criativo dos dispositivos digitais. Seja através da fotografia, criação de arte digital, blogs ou edição de vídeos, o engajamento ativo ajuda a criança a sentir mais controle sobre suas interações online, reduzindo emoções negativas associadas ao consumo passivo de conteúdo.
Tente isso juntos: Proponha um desafio semanal de criatividade digital. Escolham temas como natureza, amizade ou gratidão, e incentive seu filho a criar conteúdos relacionados ao tema escolhido, para compartilhar de forma privada com a família ou amigos de confiança. Essa abordagem ativa promove um senso de realização e orgulho, além de ensinar às crianças que seus dispositivos podem ser usados como portais para a criatividade, e não apenas para consumo passivo.
6. Equilibre o engajamento digital ativo com momentos regulares sem telefone
Embora incentivar o uso ativo e criativo dos dispositivos seja importante, também é essencial ensinar o valor de pausas intencionais. Afastar-se das telas regularmente ajuda as crianças a se reconectarem com o ambiente, a família e os amigos. Esses períodos intencionais sem tecnologia promovem a atenção plena, fortalecem conexões pessoais mais profundas e reduzem a ansiedade relacionada ao FOMO, trazendo equilíbrio e perspectiva.
Tente isso juntos: Planeje semanalmente "Noites Sem Tecnologia", em que toda a família participe de atividades como cozinhar juntos, jogar jogos de tabuleiro, fazer caminhadas na natureza ou praticar artesanato. Para incentivar a presença no momento, use exercícios de atenção plena, como "checagens sensoriais" – pedindo para seu filho descrever o que vê, ouve, sente, saboreia ou quais sentimentos teve durante a atividade.
Mais uma dica para as famílias - Sentem-se juntos e escrevam um Acordo Familiar Digital, um conjunto de orientações e regras para garantir que todos entendam e respeitem os limites relacionados ao tempo de tela, comportamento online e responsabilidades digitais. Mantenham o acordo positivo, incluindo mensagens sobre apoio e proteção mútua no ambiente online.
Ao implementar essas estratégias práticas, você não estará apenas ajudando seu filho a lidar com o FOMO, auxiliará a utilizar ferramentas essenciais para prosperar tanto no mundo digital quanto no real. Lembre-se: superar o FOMO não significa evitar a tecnologia completamente, mas sim orientar seu filho a desenvolver resiliência, confiança e uma relação mais saudável e equilibrada com o mundo digital.
Quer mais dicas sobre como as crianças podem usar seus dispositivos para o desenvolvimento em vez de apenas rolar o feed sem propósito? Saiba mais sobre esse assunto em nossos outros artigos: aqui e aqui
Fonte: SaferKidsOnline.com