Educando nativos digitais: desmascarando os medos tecnológicos dos pais

08 AGO 2024

Pais, mães e responsáveis – especialmente aqueles que cresceram em um mundo menos digitalizado – frequentemente se preocupam com os impactos da tecnologia na vida dos pequenos. As preocupações são principalmente acerca da saúde física e mental das crianças, além de vida social e obrigações escolares. Qual é a influência da tecnologia nesse sentido? Quais danos ela apresenta às crianças? Vamos explorar algumas preocupações comuns e desmascarar alguns mitos juntos, buscando educar uma geração de nativos digitais sagazes.

 1. Como essa tecnologia toda impacta a saúde mental das crianças?

É provável que você já tenha visto estudos e artigos alegando que as redes sociais e o mundo tecnológico estão causando danos à saúde mental das crianças e adolescentes. Ainda que seja verdade que existam, sim, riscos impostos pelo mundo digital, também há inúmeros benefícios e aspectos positivos.

Para começo de conversa, muitos sites e aplicativos têm como foco a saúde mental e oferecem apoio para pessoas que enfrentam uma depressão ou ansiedade e precisam construir uma mentalidade de presença completa e resiliência ao estresse. Cientistas do MIT analisaram o uso das crianças nesse tipo de aplicativo e descobriram que as “crianças que usavam um aplicativo de mindfulness em casa, por 40 dias, mostraram melhorias em diversos aspectos de saúde mental, incluindo redução do estresse e de emoções negativas, tal como a solidão e o medo”.

A tecnologia também promove a conexão humana, algo indispensável para a saúde mental. As crianças podem usar diferentes ferramentas de comunicação para ficarem conectadas com amigos ou parentes que moram longe, evitando que se sintam sozinhas ou abandonadas. Também é possível incentivar acompanharem influenciadores e microinfluenciadores que compartilham das mesmas visões de mundo ou dificuldades que elas, o que acaba sendo inspirador.

Além disso, a tecnologia melhorar a saúde mental da sua criança através de atividades artísticas. Já é comprovado que diferentes formas de arte ajudam a liberar emoções negativas. Ferramentas digitais de arte são fáceis de usar e carregar por diferentes lados, o permitindo que as crianças criem e compartilhem suas criações em qualquer lugar. Seja pintura, desenho, fotografia, escrita ou música, a tecnologia facilita o acesso a esses métodos criativos. As redes sociais, portanto, podem funcionar como uma galeria na qual as crianças podem exibir sua expressão artística para que seus amigos a vejam e a apreciem.

É claro que há riscos com os quais devemos tomar atenção redobrada. Ao publicar criações artísticas on-line, por exemplo, as crianças podem acabar compartilhando demais e divulgando informações pessoais ou – se decidem publicar fotos de si mesmas – podem até vir a sofrer com "body shaming". Busque educar as crianças acerca desses assuntos já de antemão para que estejam preparadas:

Body shaming

Oversharing

2. Meus filhos podem perder todas as habilidades sociais que possuem devido à tecnologia? E como fica a minha relação com eles?

Como mencionado antes, graças às diversas plataformas de comunicação que existem as crianças conseguem se manter em contato com amigos e familiares que moram longe. Dessa forma, desenvolvem suas habilidades sociais, empatia e colaboração. Ainda, com a abrangência do mundo digital e suas milhares comunidades, as crianças conseguem facilmente encontrar e fazer amigos que compartilhem dos mesmos interesses e hobbies particulares. Por fim, caso acabem construindo amizades com pessoas de outras culturas, seus horizontes se expandem através da exposição a outras experiências culturais e ideias diversas.

Para ajudar seus filhos a se prepararem da melhor forma para a comunicação on-line, você pode, por exemplo, criar um grupo da família no WhatsApp para que todos compartilhem atualizações divertidas da vida cotidiana, porque ter um canal com pessoas íntimas pode funcionar como um local de treinamento no quesito de comunicação e estilos de comunicação respeitosos, bem como uma oportunidade de aprendizado. Incentive as crianças a identificarem mensagens que poderiam ser suspeitas, invasivas ou desrespeitosas para que aprendam, juntos, a melhorar suas habilidades de comunicação.

Sempre há riscos com os quais as crianças podem se deparar no mundo digital. Falem abertamente sobre os perigos em potencial e se preparem para situações que poderão encontrar no futuro:

Cyberbullying

FOMO

Oversharing

3. As tecnologias dificultam o foco e aprendizado das crianças

Também é natural nos preocuparmos com o desempenho das crianças na escola. Ainda que já se tenha comprovado, por repetidas vezes, que a realização de várias atividades simultâneas possa resultar em dificuldades de atenção e foco, há muitas maneiras pelas quais as ferramentas on-line e tecnológicas são capazes de ajudar no processo de aprendizagem e na educação das crianças. A pesquisa da Maryville University sugere, por exemplo, que: “A tecnologia auxilia as crianças a se tornarem aprendizes com autonomia mais rapidamente. Uma vez que aprendem a acessar fontes confiáveis e seguras de informações disponíveis na internet, podem explorar por contra própria os assuntos que as interessam.”

Permita que as crianças explorem mas garanta que estejam seguras com o ESET Home Security.

De fato, a tecnologia fornece acesso (muitas vezes, gratuito) a uma riqueza de recursos educativos que pode impulsionar o aprendizado e a confiança das crianças. Por meio de aplicativos e cursos on-line, as crianças exploram novos assuntos, desenvolvem o raciocínio crítico e atingem sucesso acadêmico. Querem programar? Aprender um novo idioma? Começar a fazer aulas de piano? Não importa o que desejam explorar: é possível encontrar fontes para conquistarem seus objetivos. Lembre de revisar a escolha das crianças acerca dos aplicativos e confirme que são apropriados para sua idade e de boa qualidade, mas permita que a decisão final seja deles após uma triagem dos aplicativos por parte dos responsáveis.

Saiba como a IA pode fomentar a criatividade das crianças.

E quanto aos video games?

Os Instituos Nacionais de Saúde descrevem os resultados de um estudo com cerca de 2 mil crianças que concluíram que “as crianças que relataram jogar video games por três horas por dia ou mais tinham desempenho superior em testes de habilidades cognitivas que envolviam controle de impulso e memória de trabalho, em comparação com crianças que nunca tinham jogado video games”. O estudo ressalta a necessidade de realizar mais pesquisas, mas tudo indica que os video games, que já foram vilanizados por muito tempo entre entre os pais e responsáveis, podem, na verdade, apresentar benefícios diversos às crianças.

Riscos para manter em mente ao aprender por meio de informações on-line:

Informações falsas

 

Esperamos ter desmistificado alguns mitos, além de ter fornecido paz de espírito em termos de tecnologia e o papel que ela possui na vida das crianças. Lembre-se sempre de considerar os riscos das experiências digitais em um contexto mais amplo, como a situação familiar, relações off-line e percepção de autoestima. As ferramentas on-line e tecnologias são neutras por si só. É como as usamos que define seus possíveis riscos.

Mas os riscos não são necessariamente iguais aos danos. Em vez disso, podemos enxergá-los como oportunidades de aprendizagem e construção de resiliência. Depois que as crianças passarem por uma situação de risco com a nossa ajuda, serão capazes de lidar com algo parecido por conta própria, mesmo quando não estiverem sob supervisão. Embora seja crucial conversar acerca dos riscos on-line e as educar, é igualmente importante dar-lhes a liberdade de explorar o mundo digital em que crescem. Explore o mundo on-line de mãos dadas, com companheirismo, não apenas como alguém que monitora e restringe. Dessa forma, criamos o melhor ambiente possível de confiança e aprendizado para todos.

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